segunda-feira, 15 de abril de 2013

Prólogo


São Paulo, tarde de abril;

tomando um café sem açúcar com cigarro entre os dedos;

e, pensando que chegou a hora de confessar aos leitores o que é a vida de um mero mortal aos curiosos de plantão com tantas dúvidas sobre mistério da minha real identidade, pois sempre me questionam: “Quem é você cara?”



Eis a resposta que sempre pensei em dar:

Abram-me todas as portas!
Por força que hei-de passar!
Minha senha? Walt Whitman!
Mas não dou senha nenhuma…
Passo sem explicações…

Se for preciso meto dentro as portas…
Sim — eu franzino e civilizado, meto dentro as portas, 
Porque eu neste momento não sou franzino nem civilizado,
Sou EU, um universo pensante de carne e osso, querendo passar,
E que há-de passar por força, porque quando eu quero passar sou Deus!
Tirem esse lixo da minha frente!
Metam-me em gavetas essas emoções!
Daqui pra fora, políticos, literatos,
Comerciantes pacatos, polícia, meretrizes, souteneurs,
Tudo isso é letra que mata, não o espírito que dá a vida.
O espírito que dá a vida neste momento sou EU!

E tenho dito!

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